A Mercedes e os crash-tests

Caros amigos,



Como todos sabem, a Mercedes destacou-se desde cedo na preocupação com a segurança dos seus passageiros, sendo das primeiras marcas a dedicar-se de forma sistemática e científica à segurança rodoviária em todas suas vertentes, no que muito há a agradecer ao famoso engenheiro austríaco de origem húngara, Béla Barenyi, que só em seu nome registou centenas de patentes para invenções destinadas a aumentar a segurança dos veículos da estrela.



Como apaixonado pelo assunto, principalmente no que diz respeito à segurança passiva e sua evolução (com os crash-tests relacionados), tenho recolhido ao longo dos últimos 13 anos muita informação e documentação importante e interessante sobre esta matéria.



Hoje deixo-vos aqui algumas imagens de testes antigos, realizados em 1980. Tenho muito mais coisas, mas por ora não as coloco aqui por falta de tempo na digitalização dos mesmos. No entanto, se tiverem alguma questão específica relacionada com crash-tests em geral ou em que estejam Mercedes envolvidos, terei o maior gosto em responder.



Teste # 1: aqui, vemos um Mercedes 200 D (W 115) embater de frente contra um 200 D (W 123). O primeiro desloca-se a uma velocidade de 61,1 km/h e o segundo a 38,6 km/h. Infelizmente não tenho grandes pormenores acerca do resultado ou condições específicas do teste, mas parece-me que a colisão se verifica com 40-50% da frente de cada veículo. Recordo que a Mercedes foi uma das pioneiras a realizar os chamados testes descentrados, com apenas uma das metades da frente (geralmente do lado do condutor) - um teste bem mais exigente que as normas da época (que para efeitos de homologação não exigiam mais que um teste totalmente frontal, em que a coluna de direcção não podia recuar mais que 12,7 cm), mas também muito mais realista, porque mais frequente nas nossas estradas. Eis então as fotos:



















(Seguem-se as fotos do teste #2)

Neste 2.º teste, o W 115 desloca-se a 59,7 km/h e o W 123 a 37,7 km/h. Aqui, o ângulo de impacto é muito mais reduzido, sendo por isso um teste muito mais exigente (o que, aliás, é bem visível nos estragos verificados).



Vejam como, apesar de o mais antigo W 115 se deslocar a uma velocidade bastante mais elevada que o W 123, o que teoricamente daria vantagem ao W 115, este apresenta um estado de deformação final muito mais elevada que o veículo mais moderno, o que permite perceber os enormes progressos verificados ao nível da segurança entre uma geração e outra!

Boas Lino,

Muito boa a vossa postagem,

Aqui no Brasil ainda não chegamos no nivel destes testes de 1980 nos carros de fabricação nacional.

Abs.

Lino, parabéns pela postagem, realmente esta é uma matéria muito interessante e hoje fator preponderante na escolha do modelo na hora da compra.
Infelizmente a maioria das pessoas ainda compram veículos apenas pela beleza ou conforto . Acho que os resultados destes testes deveriam ser obrigatórios, hoje no Brasil as seguradoras já utilizam estes dados para definir o valor do premio.