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Quatro Rodas - Mercedes-Benz E63 AMG X Audi RS6

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Mensagem por Rodrigo_Cardoso Sáb 27 Out 2012, 00:05

rodas - Quatro Rodas - Mercedes-Benz E63 AMG X Audi RS6 600_audim_abre
De repente, o fim da reta. A frenagem brutal faz o câmbio reduzir as
marchas alucinadamente enquanto o conta-giros desaba. Metros e segundos
atrás eu fazia parte de um corpo a 250 km/h e agora contorno a curva a
80 km/h. Antes do seu fim, com a reta oposta se oferecendo de forma
tentadora, não resisto e afundo o pé no acelerador de novo. Um estampido
ecoa pela pista e o quadro de instrumentos vira um ringue de ponteiros:
o do velocímetro e o do conta-giros lutam para ver qual sobe mais
rápido. Que força descomunal têm esses alemães. Que retomada. Que
carros!

Os Mercedes Classe E e os Audi A6 são impressionantes de
série. Luxo e requinte são levados ao extremo e nas versões mais
potentes há motor suficiente para garantir bom desempenho mesmo
carregando uma pesada blindagem. Neste comparativo, no entanto, a
história é outra. Mais que um E, aqui está o E 63 AMG, de 431 200 reais.
Mais que um A6, aqui está o RS 6, de 500 000 reais. Máquinas brutais
que juntas somam 1 105 cv de potência – 525 cv do E 63 AMG e 580 cv do
RS 6. Comparáveis, sim, mas com armas e conceitos diferentes para fisgar
o mesmo comprador: homens bem-sucedidos e apaixonados por carrões de
luxo com desempenho de tirar o fôlego.

A Audi apostou na força
bruta do seu V10 5.0 com injeção direta de combustível e dois turbos,
descendente direto do motor aplicado nos Lamborghini Gallardo. Essa
usina de força atua em conjunto com uma caixa de câmbio automática
Tiptronic de seis marchas (09E) e um sistema de tração (quattro) capaz
de transferir todos os 66,3 mkgf de torque máximo para as quatro rodas.
No cofre do E 63 há um V8 preparado pela AMG, um autêntico handbuilt
(feito a mão), como os engenheiros da casa costumam dizer, referindo-se
ao cuidado artesanal aplicado na construção do motor. Com volume de
deslocamento de 6,2 litros – sim, o nome E 63 induz ao erro de imaginar
se tratar de um 6.3 –, o propulsor dispensou o auxílio da
sobrealimentação turbinada. Como grande novidade, o trem de força
apresenta o câmbio AMG Speedshift MCT de sete marchas. Trata-se de um
conjunto automatizado de dupla embreagem, em substituição ao sistema
anterior, automático, com conversor de torque. Apesar de maior em
cilindrada, o motor Mercedes tem dois cilindros a menos que o Audi e
respira sem a ajuda de aparelhos, os turbos, o que permite considerar
justa a dívida de 55 cv em relação ao concorrente. Justificável, melhor
dizendo. Afinal, a luta nesse segmento é acirrada como numa decisão de
Copa do Mundo e o que vale é o placar final.

Uma olhada na ficha
técnica é suficiente para descobrir que o Audi se saiu melhor no campo
(de provas). Na aceleração de 0 a 100 km/h, cravou três passagens em 4,6
segundos e uma em 4,5. A cada tentativa, a mesma adrenalina: o envio
imediato da força para as quatro rodas faz o carro de 1 985 kg dar um
bote que só não é mais violento que o som produzido a cada passada de
marcha, um estrondo curto, seco e... lindo. O AMG também dá seu show,
com três aferições em 5,2 segundos e uma em 5,3. Dá para aplaudir de pé,
mas a pequena plateia que assistia ao teste se empolgou mesmo foi com o
Audi. Pudera, 0 a 100 km/h abaixo dos 5 segundos não é para qualquer
um. Diferentemente de outros Mercedes – e do próprio RS 6 –, o E 63
anuncia sua chegada: dos dois pares de escapamento vaza um som agudo
instigante, mesmo em marcha-lenta.

Emoção em dobro
Nos
testes de retomada, empate técnico, o que deve ser entendido como: “Os
dois são incríveis”. Você seleciona em ambos o set up mais esportivo e
cada carro assume seu ajuste mais violento de motor, câmbio e suspensão.
Com a alavanca seletora do câmbio em Drive e rodando a 40 km/h, hora de
afundar o pé no acelerador, de uma só vez: uma patada e 2,6 segundos
depois, você estará rodando com o dobro da velocidade (80 km/h), tanto
no AMG como no RS 6.

Hora de frear os impulsos. Os dois alemães
trazem o que há de mais moderno em freio para carros de rua (veja quadro
na pág. 62). Pinças agressivas como a mandíbula de um pitbull de rinha
mordem os discos de composto cerâmico e deles não largam até que cesse o
movimento. Mesmo com cerca de 2 toneladas, os alemães param melhor que
muito carro menor e mais leve. O novo empate de performance foi
surpreendente, uma vez que as rodas aro 20 do Audi acomodam discos de
420 mm de diâmetro na dianteira e 365 mm na traseira, enquanto o AMG,
com suas rodas aro 18, recebe quatro peças de 360 mm. Bastante
desgastados, os pneus 275/35 do Audi foram os vilões – se estivessem
novos, os números certamente seriam melhores.

Sintonia fina
Por
uma questão de documentação, as duas unidades só puderam ser avaliadas
em circuito fechado, infelizmente. Ainda assim, dá para ter uma ideia de
como seria a vida na cidade. Menos que pela dureza da suspensão e mais
pelo perfil baixo dos pneus, Audi e Mercedes são absolutamente
contraindicados para o dia a dia urbano. Gostam mesmo é de uma boa
estrada, ou de encontros de entusiastas de velocidade, em pistas de
corrida. O E 63 traz um sistema híbrido de amortecimento, controlado
eletronicamente, com suspensão convencional na dianteira e a ar na
traseira. O piloto escolhe o nível de rigidez: Comfort, Sport ou Sport
Plus. Com respostas imediatas, a direção é mais direta que a do RS 6.
Este, por sua vez, tem uma suspensão igualmente assistida por computador
e mais firme que a do Mercedes, independentemente do modo em que esteja
trabalhando: Comfort, Dynamic ou Sport. A seleção do amortecimento,
assim como uma série de outros ajustes do carro, pode ser acompanhada na
tela multimídia de alta definição.

Estão na cabine as maiores
diferenças dos nossos combatentes. Refinados e extremamente bem
equipados, cada um seguiu por um caminho na hora da decoração: o Audi
assumiu a esportividade extrema, o Mercedes, o requinte levado ao mais
alto nível. No RS 6 você não entra, assume o cockpit. Os bancos tipo
concha são confortáveis para um banco esportivo, mas as bordas rígidas e
elevadas do assento maltratam as pernas na hora de sair ou entrar. Em
desvios repentinos, o abraço seguro das abas laterais mantém o corpo
perfeitamente alinhado em relação ao volante. Já o Mercedes oferece duas
poltronas executivas capazes de segurar o piloto no lugar certo quase
tão bem quanto o concorrente. Sem abas salientes no assento e no
encosto, os confortáveis bancos dianteiros trazem almofadas de ar que se
enchem automaticamente de acordo com a manobra realizada com o carro.
Fibra de carbono, alumínio e costuras aparentes enfeitam o esportivo RS
6. Couro e alumínio fosco são as maiores ousadias do AMG.

Sentiu
falta do BMW M5 e do Jaguar XF-R? Nós também. A marca alemã justificou a
ausência dizendo que não dispunha de um modelo para avaliação. Buscamos
o mercado independente, mas só conseguimos a versão 2008, sem o câmbio
de sete marchas, novidade da linha mais recente. Quanto ao Jaguar,
pasme: “Não temos interesse em participar do comparativo”, disseram.
Insistimos, e uma fonte ligada ao importador revelou: “A Jaguar pulou
fora da briga por medo, principalmente, dos 580 cv do Audi”. Erraram.
Atual, exclusivo, mais barato (450 000 reais) e com números igualmente
empolgantes, o XF-R poderia até ter saído campeão. Mas, como já foi
dito, o que vale é o placar final. E ele ficou assim: Audi RS 6 campeão,
Mercedes- Benz AMG vice (por pouco) – M5 e XF-R foram desclassificados
por não comparecimento.



PESO LEVE

Leveza,
durabilidade e funcionamento estável sob altas temperaturas: essas são
as principais vantagens do uso de um freio com discos de composto
cerâmico. No caso do RS 6, o material nobre proporcionou um
emagrecimento de 12,2 kg em comparação ao sistema convencional, com
discos de aço e pinças de alumínio. Os furos na superfície do disco
aliviam o peso e auxiliam na refrigeração.




AUDI RS8

DIREÇÃO, FREIO E SUSPENSÃO
A
mais de 250 km/h é possível tirar o pé do acelerador e pisar fundo no
freio. Ainda assim, o RS 6 se mantém sob total controle.
★★★★★

MOTOR E CÂMBIO
No
V10 do Audi, o ar é pressurizado em direção à câmara de combustão por
dois turbos. A potência máxima de 580 cv se traduz em um desempenho de
tirar o fôlego.
★★★★

CARROCERIA
No console central, a fibra de carbono reforça o estilo esportivo e diferencia o RS 6.
★★★★

VIDA A BORDO
Os bancos esportivos com bordas rígidas dificultam a entrada e a saída do piloto.
★★★★

SEGURANÇA
ABS, airbags e controles eletrônicos de tração e estabilidade cuidam dos pilotos mais afoitos.
★★★★★

SEU BOLSO
A
previsão da Audi é comercializar seu RS 6 a 500 000 reais. No entanto,
alguns concessionários estimam um valor menor, de cerca de 450 000
reais.
★★★




MERCEDES-BENZ E 63 AMG

DIREÇÃO, FREIO E SUSPENSÃO

No ajuste mais confortável, a suspensão do E 63 AMG é quase tão macia quanto a de um Classe E “normal”.
★★★★★

MOTOR E CÂMBIO
Apesar
do ronco nervoso do escape até na marcha lenta, o Mercedes se
apresentou mais silencioso que o Audi em quase todas as medições de
ruído interno.
★★★★

CARROCERIA
A decoração da cabine deixa clara a opção da Mercedes de manter em seu esportivo uma atmosfera repleta de luxo e requinte.
★★★★

VIDA A BORDO
Na traseira, há telas individuais com fones sem fio. Deixe-os de lado e curta o sistema de áudio de alto desempenho do carro.
★★★★★

SEGURANÇA
Como convém a um bom esportivo alemão, tem ABS, airbags e controles eletrônicos de tração e estabilidade.
★★★★★

SEU BOLSO
A
tabela da Mercedes-Benz fixa os preços em moeda americana e o E 63 AMG
custa 245 000 dólares. Convertido a 1,76 real, fica em 431 200 reais. O
Audi é mais caro, mas só ele proporciona acelerações de 0 a 100 km/h
abaixo dos 5 segundos.
★★★

VEREDICTO

Os
Mercedes AMG e os Audi RS são veículos criados para empolgar seus donos
pelo desempenho, e isso o RS 6 faz com maestria. No entanto, sob uma
análise menos emocional e mais racional, o resultado pode ser invertido,
pois o E 63 AMG tem ótima relação entre esportividade e luxo.
Rodrigo_Cardoso
Rodrigo_Cardoso
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